De vez
em quando, eu encontro pelo caminho um desafio mal resolvido no
passado. Vestido de outro jeito, outro cenário, outro fundo musical,
geralmente, mas a essência é a mesma, eu o reconheço pelo cheiro. Frente
a frente, de novo, a pergunta que me faz é clara e objetiva: eu saberei
fazer diferente desta vez? A resposta depende apenas do quanto, de
verdade, eu consegui aprender na vez anterior.
Se as
experiências difíceis não nos sensibilizam o suficiente para extrairmos
algum aprendizado delas, podem virar apenas dor acumulada, raiva que não
escoa, medo que paralisa, onda amarrada. Quando um antigo desafio
reaparece é a chance para percebermos o quanto já avançamos desde o
nosso último encontro ou o quanto, sem notar, ainda não saímos do lugar
onde já nos prendemos com ele.
Se não
saímos, é bem capaz de repetirmos a resposta, com todas as suas
consequências, até a próxima oportunidade de pergunta. Porque o tal
desafio volta, costuma voltar, várias vezes, até conseguirmos liberar um
ao outro.
(Ana Jácomo)
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