Enquanto juntamos retalhinhos...ouvimos doces melodias...

terça-feira, 28 de abril de 2015

Amo-te com falhas de concordância verbais, com palavras que nem existem (como podia existir algo que nos descrevesse quando nós ainda não existíamos?), com construções gramaticais despropositadas; amo-te com verbos no lugar de nomes, com adjectivos no lugar de advérbios, com singulares no lugar de plurais. E é por isso que posso dizer «céu-te» ou «parasempre-te» ou até «eternamente-te». Porque me estou bem borrifando para algo que não seja saber que é isto, só isto, que te pode dizer quando estás em mim.
Quando alguém te disser que escrevo literatura quando te escrevo deixa-me. Já deixei de te amar há muito.
Pedro Chagas Freitas
in Prometo falhar

segunda-feira, 27 de abril de 2015

(...) É a nossa maneira de nos fazermos em palavras. É a nossa maneira, ainda assim incompleta, de nos dizermos inteiros ou nenhuns. E não somos nada saudáveis, nada recomendáveis, nada equilibrados. Queremos a total pertença ou preferimos a total ausência. Pode ser impraticável manter esta força, este tesão, esta intensidade, este “éagoraoununca”, este “oumedástudooubempodesdesandardaqui” para sempre. No fundo, tu sabes e eu sei que podemos muito bem ser impossíveis. Mas para que merda serve o que é possível?
Pedro Chagas Freitas
in Prometo falhar

sábado, 25 de abril de 2015

O amor só aparece
quando há um tempo
e um lugar e uma razão
para aparecer.
E se for a sério,
dura, dura, dura,
como um bom casaco de caxemira:
nunca perde o toque,
o aconchego, a suavidade,
a forma, o charme e o sentido.
- Margarida Rebelo Pinto

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Vou pedir ao tempo,que me dê mais tempo para olhar para ti.

(Mariza in O tempo não para)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O amor nunca é para os egoístas e vaidosos,justamente por não serem capaz de enxergar ninguém além de si próprios.
O amor é doação.

(Al Ribeiro)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Não se deixem
levar pelas aparências,
porque o que mais
importa é o que levamos
no coração.
- Dulce María

domingo, 19 de abril de 2015

Eu tenho feito de conta
que você não
me interessa muito,
mas não é verdade.
Você é a pessoa mais
especial que já conheci.
Não por ser bonito
ou por pensar como eu
sobre tantas coisas,
mas por algo maior
e mais profundo do que
aparência e afinidade.
- Martha Medeiros

sábado, 18 de abril de 2015

Agora tu eras como o tempo
despido dos dias, por fim
vulnerável e nu, e eu
era por ti adentro eternamente
lentamente
como só lentamente
se deve morrer de amor.
Valter Hugo Mãe in "O Resto Da Minha Vida seguido de A Remoção das Almas"

sexta-feira, 17 de abril de 2015

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Amor é mais do que dizer. 
Por amor no teu corpo fui além 
e vi florir a rosa em todo o ser 
fui anjo e bicho e todos e ninguém.


Manuel Alegre
in “Obra Poética”

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Pobres
dos que nenhuma vez olharam
ou foram olhados
assim.
Gil t. Sousa
falso lugar, 2004

terça-feira, 14 de abril de 2015

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Amar-te é orgânico, amar-te é com o corpo, amar-te é tão forte que é o próprio corpo que precisa de ti,
amo-te com todos os ossos e todos os músculos do meu corpo, amo-te com tudo o que sou,
amar-te coloniza o que penso e o que sinto, mas também coloniza o que ando, o que toco, o que fisicamente sou,
amar-te é tão orgânico quanto anímico, amar-te é com todo o corpo,
amo-te com todo o corpo que sou,
e é a precisão física que me aperta agora, uma necessidade mais forte do que a necessidade de um pão, mais forte do que a necessidade de água (...)
Pedro Chagas Freitas
in "In sexus veritas"

domingo, 12 de abril de 2015

Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.
Camilo Castelo Branco

sábado, 11 de abril de 2015

Na tua pele toda a terra treme
alguém fala com Deus,
há um corpo a navegar e um anjo ao leme.
alguém flutua
Das tuas coxas pode ver-se a Lua 
contigo o mar ondula e o vento geme
e há um espírito a nascer de seres tão nua.
Manuel Alegre

sexta-feira, 10 de abril de 2015

quinta-feira, 9 de abril de 2015

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Como será que faz amor quem não gosta de poesia? Quão frios serão seus gestos ao tocar o corpo amado? Que palavras secas dirá talvez ao declarar suas paixões? Como falará da lua? Será que voa? Será que beija flores? Com quanta suavidade riscará o fósforo para acender a vela? Com que candura entornará o vinho para encher a taça? Com que graça será que segura uma rosa vermelha? Com quanta sensibilidade tentará colher estrelas?

Como será que faz amor quem não gosta de poesia?

(Edson Marques)

terça-feira, 7 de abril de 2015

segunda-feira, 6 de abril de 2015