"Ando querendo, solicitando na verdade, uma audiência com a Dona Vida. O
pedido: uma colherzinha de chá. Colherzinha, não. Uma boa colherada de
chá. Uma folga, um recreio, uma lógica pra seguir, uma carinho, um
algodão doce bem grandão. Não, a vida não é ruim comigo. Muito pelo
contrário. Eu é que estou cansada. Cansada de ter que ser o que a gente
tem que ser para viver por aí. E por aqui. E por todo lado. Na verdade,
queria que a Vida desse uma colher de chá pra todo mundo à minha volta.
Seríamos assim, um monte de gente de folga. Folga de intelectualidades
refinadas, de posturas adequadas, de superficialismos existenciais, de
joguetes, de maldade, de afetos artificiais, de tantas palavras que não
dizem nada. Ás vezes penso _Caraca, será que estou só nessa ânsia por
uma convivência mais simples, com mais risadas, com mais palavras
soltas, com mais aceitação, com mais to-le-rân-cia, com mais abraços
apertados e demorados, com mais portas abertas, com mais "eu adoro
você", com mais tempo para simplicidade?...Devo estar sendo redundante,
eu sei. Deve ser esse inconformismo que me ronda e não permite a devida
adaptação. Por mim, a Dona Vida sairia distribuindo colheres e mais
colheres de chá pra todo mundo, uma chazinho que acrescentasse mais
sorrisos, mais encontros e mais delírios por esse mundo que anda , por
vezes, tão chatinho. _Ah, Dona Vida, help me, please!"
(Be Lins)
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