"Tem dias que o barco vira e a gente cai em pleno mar, sem saber nadar.
Os
braços tentam se agarrar às ondas, os pés tentam encontrar a terra
firme. É pouco fôlego e muita água num lugar que de vazio não tem nada. O
mar é cheio, tão cheio que engole a gente com medo e tudo.
O mar
revira os cabelos, arranca a roupa com violência. Expõe nossa nudez
diante de quem está seguro na areia. E quem é que vem nos salvar?
Ninguém se arrisca... o mar é traiçoeiro.
A gente torce por um
milagre, torce para sair nadando na marra, fecha os olhos para não
enxergar o que existe no fundo e bate os braços. A gente não para de
bater. Nunca. Até o fim."
( Sabrina Davanzo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário