"O
amor desbasta o ego. Enxuga excessos. Delata as mínguas. Transforma as
mágoas. Destrona arrogâncias e idealizações. Desmancha certezas e tece
oportunidades. Bagunça a autoimagem todinha, piedade zero, culpa
nenhuma. O amor percorre territórios devastados da alma com a calma
necessária para reflorestar um a um. Dissolve neblinas. Revela o sol.
Destece máscaras. Reinaugura a humildade. Faz ventar. Faz chorar. Faz
sorrir. Faz tempestade um monte de vezes pra dizer também céu azul um
monte de vezes depois.
Ele
nos torna mais sensíveis à alegria e à dor de toda gente, inclusive,
principalmente, às nossas. Faz com que a gente se sinta parte da família
humana. Conta que aquilo que procuramos, amiúde, num mundaréu de
lugares, esteve o tempo todo, primeiro disponível, onde raramente
buscamos. Reinventa-nos para nos tornar mais parecidos com nós mesmos, o
máximo possível a cada instante. Dia após dia da nossa prática. Com
medo e tudo.
Com propósito e também com carinho.
Devagarinho.!"
(Ana Jácomo)
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