Enquanto juntamos retalhinhos...ouvimos doces melodias...

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Memória Digital

Memória Digital

Olho para o céu azul infinito e de repente me perco na imensidão do tempo.
Vejo as ruas e ouço ecoando os gritos da infância.Ainda me vejo brincando por essas ruas.
Agora,o que ecoa é o barulho do progresso.
Agora a cidade vai crescendo.
Até o trem partiu de vez.Deixou vazia a estação da vida.
Lá vem o futuro batendo na porta.Querendo atropelar o passado,querendo rasgar a foto,agora um retrato amarelado quase puído pelo tempo.
O que será das auroras?
O que será das memórias?
O que será da história?
O que será das suas ruazinhas calçadas com pedras e de suas casinhas centenárias?
Virarão somente um arquivo de fotos digitalizadas? Não poderia ser pelo menos uma foto impressa em papel,daqueles que ainda vai levar uns cem anos para o tempo desgastar?
Eu quero suas lembranças vivas.Eu quero olhar para o passado e recordar:Aqui,aqui morava o Sr.Fulano,era uma pessoa muito querida na cidade.Ali,ali ficava uma casinha branquinha com janelas azuis,construída em mil novecentos e pouca coisa,a primeira casinha da rua tal.Lá,lá ficava a escola que tinha um pátio,onde brincávamos de polícia e ladrão.
Eu heim!Eu vou é sair por aí,fotografando tudo isso com a minha memória digital.
Vou rever suas ruas,vou abraçar a sua gente,vou escrever-te um poema.Antes que o vento passe a sua borracha impiedosa do tempo,eu vou descobrir-te novamente.


(Al Ribeiro)

Nenhum comentário:

Postar um comentário