Salve o amor. Aquele de conchinha e
barba na nuca, que pode durar pra sempre ou só até amanhã. Aquele amor
sem medo, sem freio, que ama e pronto. Salve o amor que a gente dá e
pega de volta outra hora, outro dia, com outra pessoa. Aquele aconchego
facinho que não posa, não se esforça, não finge. Salve o amor-próprio,
que resolve a vida de muitos, o amor das amigas, que aguenta, arrasta e
levanta. Salve o amor na pista, que roça, se esfrega, se joga e vai
embora. Um amor só pra hoje, sem pacote pra presente, sem laço ou
dedicatória. Salve o primeiro amor, que rasgou, perfurou, corroeu...
ensinou. Salve o amor selvagem, o amor soltinho, o amor amarradinho.
Salve o amor da madrugada, sincero enquanto dure e infinito posto que é
chama. Salve o amor nu, despido de inverdades e traquitanas
eletrônicas. Salve o amor de dois a dez, um amor sem vergonha, sem
legenda. Salve o amor eterno, preenchido de muitos ardores. Salve o
amor gigante, mas sem palavras, o rotativo e o escrito, salve o amor
rimado, cego, de quatro. Salve o amor safado, sincero e sincopado, o
amor turrão e o encaixado.
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