Enquanto juntamos retalhinhos...ouvimos doces melodias...

sexta-feira, 21 de março de 2014

Já não ando mais apressada, pelas grandes vias.
Tenho estado nas vicinais, muito mais vazias, muito mais serenas. As estradas de terra e sua ancestralidade criam irreproduzível intimidade em mim.
Sou essa terra, sou essa calma.

Acho então que só agora começo aprender um pouco a vida.
Talvez pelo tanto de vezes que me lancei ao novo, ao outro, ao éter, sempre em busca de um prazer que não vinha. Talvez pelo ar que muitas vezes me faltou e ninguém viu, talvez por um cansaço precoce...

Parece loucura, mas o suprassumo tem sido aprender a perder. Perco a pressa. Perco as certezas. Perco a imensa coleção de pensamentos endurecidos que acumulei em mim.
Perco a ansiedade e as reações exageradas, o medo paralisante e o interesse por pessoas que estão, mas não estão. Esvazio a cabeça caminhando, e já não me preocupo em agradar a toda gente. 
Perco até mesmo a mim,
e só ganho com isso.

A esta altura, já não tenho a ilusão da eternidade, e assinaria embaixo a deliciosa frase dita por Gilberto Gil em seu aniversário de 70 anos :
- Me dou cada vez menos importância !

(Solange Maia)

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