O meio não teria sido tão bonito, se o início tivesse sido de outra forma. Tivesse sido o que não foi o fim.
Da minha parte, estou saindo com todas
as respostas em seus devidos lugares, exatamente da forma que eu
imaginei. Aprendi que, às vezes, precisamos sem remorso algum (eu falo
por mim), renunciar, desistir de prolongar, silenciar antes que seja
tarde demais, antes que a falta vire dor.
Quero que você saiba (e eu lhe dei esse
direito) que essa é a mais importante decisão que eu assumi nos últimos
tempos, nos últimos meses, nas prolongadas semanas até aqui.
Depois de perceber (com mais
sensibilidade) os sinais que a vida me enfiava goela abaixo, sem
postergar, passei a investir mais na calmaria daquilo que realmente
importa, daquilo que realmente faz a diferença. A minha busca, moço, é
por aquilo que me provoca um novo olhar sobre as minhas escolhas e as
consequências que - inevitavelmente - terei de pagar por cada uma delas.
De forma alguma isso será tratado como
um fardo ou coisa do gênero. Me responsabilizo de abrir mão, de chorar
no sofá, de me consolar nos braços de outro, de me superar, de lidar com
minhas crises, de me enfrentar com maturidade, de não me machucar com
tanto afinco como miseravelmente ando fazendo, de provar para mim mesma
que a cada ano eu me sinto mais segura, mais dona de mim, mais alguma
coisa que me conforta.
Passei a me envolver menos com as
ausências quando percebi que o essencial (aos meus olhos) estava
justamente naquele cheiro de abraço que nada pede em troca, sem
subserviências, mas por escolha mesmo. Precisei me desvencilhar de
cicatrizes do passado para só então me conectar com quem realmente está
em sintonia comigo, aqui, neste presente que me convida para dançar, de
par. A minha bandeira é da reciprocidade e da inteireza-do-instante, que
eu tanto acredito.
Pois saiba, moço, foi lindo o nosso
encontro, o primeiro, o segundo e todos aqueles que tivemos a chance de
transbordar. Sem sufocar um riso sequer, você fará parte do álbum mais
bonito da minha história, afinal, só eu sei a paz que era amanhecer -
aninhada naquela respiração serena - no teu braço, na tua barba, de mãos
contigo. E aquele lugar definitivamente me bastava. Mas eu também tive a
chance de mais uma vez entender que amor não se pede e eu, mais do que
ninguém, não tenho esse direito. Ninguém tem.
Aqui expresso minha gratidão por tudo o
que tive a chance de ser ao teu lado. Minha mais profunda gratidão pela
mulher que me transformei depois de ti.
[Bibiana Benites]
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