Peço-te que me devores ou então que me abandones.
Quando
sentires que falta algo terás a certeza de que falta tudo, porque nenhum
copo meio cheio me preenche, porque nem sequer um copo quase cheio pode
matar o que te preciso.
A única rotina entre nós é a de irmos
até à insensatez do que nunca experimentamos, inventar inocências que
ainda não perdemos, estádios de evolução que nenhum Homem sabe que
existem, e se algum ser superior existir vai ficar deprimido quando
Daqui a pouco chega a hora de ir.
Eu vou para a minha casa, tu vais para a tua.
Foi a maneira que encontramos de nos tornarmos raros, preciosidades humanas que passamos o dia a querer viver.
Não fazemos promessas, não exigimos todo o tempo, não encontramos uma
palavra ou várias que nos possam definir, não acreditamos na capacidade
de haver julgamento justo para o que nenhuma lei conseguiria encerrar.
Queremo-nos quando um de nós o decide, amamo-nos quando um de nós precisa amar.
Sabemos que é pouco para quem tanto se quer.
Mas é apenas o que sabe a pouco que nos mantém vivos.
O que morre primeiro: não amar ou amar demais?
Pedro Chagas Freitas
in 'Prometo Falhar'
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