Enquanto juntamos retalhinhos...ouvimos doces melodias...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A gente nunca sabe quando vai tropeçar na sorte. Tem que estar distraído. Suponho. Bem distraído. Às vezes, pode ser até bem no meio do mato. Subestimei o valor dos caminhos. Superestimei o valor de outros. O meu pra menos. O seu pra mais. E você me avisou, além do mais.

Nunca se sabe onde nos aguarda a sorte. Ou se ela existe. Ou se ela virá. Ou por onde ela andará. Nem pra mais, nem pra menos, seguimos a balançar os cabelos que é o que de mais perto da sorte o vento nos traz. Uma pequena sorte por vez. Um dia, talvez, uma maior. Quem sabe... ( 12:26) Seria a sorte. Não seria. Desconhecidos são os momentos. Reconhecer o momento. Sob qual argumento. Ganhar é reconhecer. E se ela resolve aparecer... 


O certo é que se a  sorte pintar, não há o que negociar. Não há liberdade que dê conta do mais livre dos atos: Se prender. Terá sido. Não sei. Não tenho como saber. Sei que logo mais cedo o vento passou pela flor do mato, e de súbito, parou. Todos os seres miúdos pararam pra ver o vento suspenso.

Não dá pra ver o vento. Ainda mais parado. Mas dá pra perceber, mesmo sem ver o seu rastro. É tipo um perfume. Uma coisa que se forma em torno de onde ele está. Um hiato. Em frente ao canteiro que se fez sozinho, uma mistura de matinhos e flores minúsculas, entre elas a flor miúda,  subestimadas criaturas verdes e fortes, TREVOS.

Não trevas. TREVOS. Trevinhos de três folhas. Um leve balançar anunciava. Era por ali que o vento estava. Procurando. Analisando. Cheirando. Uma rajada faz com que algo se revele mais ao fundo. Do canteiro que se fez sozinho. Nem um pio se ouvia. Todos junto com o vento. E aí se viu: um trevo de quatro folhas.

Um trevo de quatro folhas. O vento atrás da sorte. Quem diria... No meio deste matinho nos confins atrás de um mundo qualquer, vento que é vento não abre mão da sorte. Mas ele foi gentil. Em apreensão, todos os seres miúdos pensaram: lá vem vendaval!, o vento vai levar a sorte com ele. Mas, não!.

Ele ficou ali. Parado. Enamorado da criatura trevo. De quatro folhas. Chamava-se sorte. E vimos isso de perto, marcava o relógio vinte e seis minutos para além do meio-dia. Mais, ninguém soube, nos coube a discrição de deixa-los a sós.
A sorte e o vento. No meio do mato. Onde ninguém imaginava.

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