Tem tanta gente no mundo. Carteiros, padeiros, carpinteiros,
jardineiros, donas de casa, artesãs, cortesãs, doutoras, doutores,
amadores, pais, mães, filhos, avós, moradores de casas, de calçadas,
coisas e mais coisas e mais coisas, a alegria morando junto à agonia, de
manter, permanecer, pertencer, crescer na vida, sentir-se acolhida,
gente querida, gente sofrida, e toda gente tentando tocar o vazio com as
mãos. E criar desenhos no ar.
Transformar o intangível em algo possível, ignoram a ronda do destino, fazem, correm, rezam, velam, se descabelam, meio modernos, meio homens das cavernas, bebemos em casernas, acendemos arandelas para o mal se afastar, para o bem suplantar a dor, ignorando ainda o mistério, da fusão, que possibilita. Quem se habilita à alguma explicação... cientistas, analistas, artistas, equilibristas, os reis do mundo, os bem nascidos, os mal dormidos, os tranquilos, na madrugada, ou o senhor que dorme logo ali, na outra calçada...
Na substância está a cura e a loucura. Está o amor e o desamor. Está a beleza e a podridão. Está o conforto e a agonia. Os devaneios e as noites frias. Os paralelos que nunca são alcançados. Os peixes içados, os laços dados, os nós desatados, os sonhos sonhados, os enlaces, os impasses, enquanto corremos tateando nossas parcas conquistas, perdemos de vista a confirmação de que tudo é composto de vazios de ilusão, um imenso buraco negro disfarçado de céu.
[Devoradores de estrelas]
Transformar o intangível em algo possível, ignoram a ronda do destino, fazem, correm, rezam, velam, se descabelam, meio modernos, meio homens das cavernas, bebemos em casernas, acendemos arandelas para o mal se afastar, para o bem suplantar a dor, ignorando ainda o mistério, da fusão, que possibilita. Quem se habilita à alguma explicação... cientistas, analistas, artistas, equilibristas, os reis do mundo, os bem nascidos, os mal dormidos, os tranquilos, na madrugada, ou o senhor que dorme logo ali, na outra calçada...
Na substância está a cura e a loucura. Está o amor e o desamor. Está a beleza e a podridão. Está o conforto e a agonia. Os devaneios e as noites frias. Os paralelos que nunca são alcançados. Os peixes içados, os laços dados, os nós desatados, os sonhos sonhados, os enlaces, os impasses, enquanto corremos tateando nossas parcas conquistas, perdemos de vista a confirmação de que tudo é composto de vazios de ilusão, um imenso buraco negro disfarçado de céu.
[Devoradores de estrelas]
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