Morreste-me.
Mas a memória guarda-me o teu cheiro,
as tuas mãos e o teu sorriso.
Estás em nós e eu estou em ti.
Eu jamais seria eu sem a tua presença
constante na minha vida.
Comparência que eu gostaria de poder prolongar.
Mantenho a memória acesa com
pedaços de imagens que me fazem sorrir.
Deixaste-te ficar em tudo
os teus movimentos,
o eclipse dos teus gestos.
E tudo isto é agora pouco para te conter.
Agora, és o rio e as margens e a nascente
és o dia, e a tarde dentro do dia,
e o sol dentro da tarde
és o mundo todo por seres a sua pele.
(José Luís Peixoto)
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